É importante ter memória, olhar para o passado e avaliar o que de bom ou mau, esse passado contém. É fruto da mente que pensa, analisa, reclama, reprova e aplaude.
Hoje, 2 de Julho, aconteceu algo que me obrigou a olhar para trás e reflectir sobre as responsabilidades de ter sido Autarca, Presidente de Câmara por 8 anos, de 1998 a 2005.
A essa “coisa”, que determinou em mim este momento de reflexão, referir-me-ei mais adiante e digo que me agradou bastante, capaz de, com a mão fechada e polegar levantado, agradecer e saudar todos os Arganilenses.
O exercício dessa missão de ser Autarca, exige muito trabalho, muita entrega, muita responsabilidade e acima de tudo muita vontade de fazer bem, consciente também que nem tudo será bem compreendido e algumas vezes também se pode errar.
- Por isso, recordei o quanto fui criticado pela negativa, quando foram retirados os semáforos no cruzamento da avenida, Sapatinho, substituindo-os com a construção de uma rotunda. Mais tarde, felizmente, todos reconheceram ter sido uma medida acertada.
- A construção do separador central na avenida das Forças Armadas foi alvo, ao princípio, de inúmeros protestos e de actos de puro vandalismo, como a quererem demonstrar total reprovação. Mais tarde, talvez os mesmos que se manifestaram contra, aceitaram a solução e reconhecem defender melhor as condições de segurança, tanto para peões como para automobilistas.
- Lembro-me do ataque avassalador de que fui vítima, por causa, ora do pó, ora da lama, etc., quando se iniciaram e decorriam os trabalhos de construção das redes de esgotos, águas, electricidade, passeios, estacionamentos e pavimentação das ruas de Arganil. São poucas as pessoas que hoje reprovam aquelas obras.
- A iniciativa do PROCOM, aquando da passagem do Escudo para o Euro, que mobilizou todo o centro de Arganil, onde inúmeros estabelecimentos comerciais se remodelaram e modernizaram, através de financiamentos, em parte, a fundo perdido, reactivou ao tempo, toda a estrutura comercial do centro de Arganil. Tudo decorreu de forma tão exemplar que Arganil foi apontado com destaque a nível nacional e como exemplo a seguir.
- Enquanto sofria pressões para promover a venda da Quinta do Mosteiro de Folques com alegações de que a Câmara não tinha capacidade financeira para sustentar esse património, e na verdade não tinha, resisti e consegui negociar com o Estado Central uma renda, que até ao momento não existia e manter o património na posse da Câmara. A Quinta do Mosteiro passou então a ser uma receita para o Município, mantendo-se o património na posse do Município, independentemente de todas as benfeitorias introduzidas ou as que venham a ser introduzidas..
- Fui vaiado publicamente e apontado como destruidor do património de Arganil, quando iniciei as obras de reconversão da Fonte de Amandos e a construção da rotunda. Parece-me não haver ninguém que hoje esteja contra o investimento realizado.
- Tanto fui massacrado, na Assembleia Municipal, nomeadamente, pelas mesmas pessoas que hoje fazem parte da Câmara e Assembleia Municipal, por estar a gastar muito dinheiro na construção do Sub-Paço, cujo projecto previa a construção de um parque de estacionamento que iria solucionar, em muito, o grande problema que era a falta de estacionamentos no centro de Arganil. Só pergunto, quanto se está a gastar hoje?
- Quando se avançou, na EN 342-4, com a construção das duas rotundas, Maia e S. Pedro e a instalação de semáforos com limitação de velocidade, ocorreu um explosão de revolta, porque essas rotundas obrigavam a circulação dos automóveis em velocidade reduzida. Hoje, são poucos os Munícipes que discordam.
- A aplicação das passadeiras elevadas, de que Arganil foi pioneira na Região e que muitos Municípios no Distrito, vieram mais tarde a copiar, levantaram muita controvérsia, que foi desvanecendo com o tempo. É lamentável que hoje as ditas passadeiras, na sua maioria estão soterradas, não cumprindo por isso, as funções para que foram criadas.
- Saber hoje que o Centro de Saúde de Arganil passa a ter dois blocos de urgência, RX, análises, pequena cirurgia, etc, 24 horas, abrangendo as áreas dos Municípios de Tábua, Oliveira do Hospital, Góis, Miranda do Corvo, Lousã e Vila Nova de Poiares, enche-me de satisfação e de contentamento, porque toda a labuta e discussão que se travou na altura, VALEU A PENA. Arganil, no contexto da região é o Concelho melhor apetrechado em termos da saúde
Foi a decisão mais difícil que eu tomei enquanto Presidente de Câmara.
Em 1998, a obra de construção do novo centro de saúde de Arganil, no Sobreiral, estava para ser entregue ao empreiteiro e eu, depois de me aconselhar com a ARS, o Director do Centro de Saúde, a Comissão Concelhia de Saúde e a Sra. Ministra da Saúde, ao tempo, Maria de Belém, analisados os prós e os contras, e os contras eram por demais evidentes, decidi pela ampliação, remodelação e reapetrechamento do actual Centro de Saúde.
Com desgosto meu, mormente explicando das razões da minha decisão, fui alvo de tamanhas críticas, algumas insidiosas e outras vexatórias que não é nada bom recordar.
È preciso que se diga que os Centros de Saúde, iguais ao que inicialmente estava previsto para Arganil e que foram construídos em Concelhos vizinhos, tais como, Tábua e Oliveira do Hospital, não foram, no actual contexto, escolhidos para acolher esta decisão do Ministério da Saúde porque Arganil reunia as melhores condições e esta é a grande verdade.
Mas nem tudo foram rosas e algumas obras importantes foram limitadas nos seus orçamentos e outras nem avançaram por corte de verbas, já depois das candidaturas aprovadas e os financiamentos terem sido cativados, quando da mudança do Governo (Guterres por Durão Barroso).
São exemplos desses:
- A obra do Sub-Paço, foi reduzida no valor do investimento inicialmente previsto, porque teve de ser suportada única e exclusivamente pelo orçamento do Município.
- O plano de ordenamento do Paço Grande, não avançou por corte posterior de verba.
- A Construção das piscinas Municipais, cujo projecto foi aprovado e lançado pelo Sr. Secretário de Estado do Desporto, ao tempo, José Lelo, em cerimónia decorrida no salão dos Paços do Município, não avançou por corte posterior de verba.
Decorridos quatro anos de mandato, do actual executivo, há razões que me preocupam e entristecem, para as quais a Câmara não acautelou convenientemente, como seria seu dever e sua obrigação, os reais interesses do Município.
- Neste contexto inscreve-se o facto real do investimento do parque eólico de Arganil ter sido transferido para o Concelho vizinho da Pampilhosa da Serra, depois do mesmo ter sido protocolado e contratado para o Concelho de Arganil. Cumpre-me referir que a instalação desse parque iria reproduzir receitas para o Município, na ordem dos 800.000€/ano.
A prova provada de que isto é verdade, é tão só porque, o parque em construção na Pampilhosa da Serra e já em fase bastante adiantada, possui a denominação de Parque Eólico de Arganil, mantendo assim a denominação que já me tinha sido transmitida pelos promotores, ainda quando eu era Presidente de Câmara.
- Outro exemplo refere-se á instalação de uma nova empresa, na Relvinha, a Pinewells, onde a Câmara não impôs a condição da sede social da empresa ser sedeada no Concelho de Arganil, para que os impostos correspondentes fiquem no Concelho de Arganil e não irem para Viseu.
Rui Silva
Hoje, 2 de Julho, aconteceu algo que me obrigou a olhar para trás e reflectir sobre as responsabilidades de ter sido Autarca, Presidente de Câmara por 8 anos, de 1998 a 2005.
A essa “coisa”, que determinou em mim este momento de reflexão, referir-me-ei mais adiante e digo que me agradou bastante, capaz de, com a mão fechada e polegar levantado, agradecer e saudar todos os Arganilenses.
O exercício dessa missão de ser Autarca, exige muito trabalho, muita entrega, muita responsabilidade e acima de tudo muita vontade de fazer bem, consciente também que nem tudo será bem compreendido e algumas vezes também se pode errar.
- Por isso, recordei o quanto fui criticado pela negativa, quando foram retirados os semáforos no cruzamento da avenida, Sapatinho, substituindo-os com a construção de uma rotunda. Mais tarde, felizmente, todos reconheceram ter sido uma medida acertada.
- A construção do separador central na avenida das Forças Armadas foi alvo, ao princípio, de inúmeros protestos e de actos de puro vandalismo, como a quererem demonstrar total reprovação. Mais tarde, talvez os mesmos que se manifestaram contra, aceitaram a solução e reconhecem defender melhor as condições de segurança, tanto para peões como para automobilistas.
- Lembro-me do ataque avassalador de que fui vítima, por causa, ora do pó, ora da lama, etc., quando se iniciaram e decorriam os trabalhos de construção das redes de esgotos, águas, electricidade, passeios, estacionamentos e pavimentação das ruas de Arganil. São poucas as pessoas que hoje reprovam aquelas obras.
- A iniciativa do PROCOM, aquando da passagem do Escudo para o Euro, que mobilizou todo o centro de Arganil, onde inúmeros estabelecimentos comerciais se remodelaram e modernizaram, através de financiamentos, em parte, a fundo perdido, reactivou ao tempo, toda a estrutura comercial do centro de Arganil. Tudo decorreu de forma tão exemplar que Arganil foi apontado com destaque a nível nacional e como exemplo a seguir.
- Enquanto sofria pressões para promover a venda da Quinta do Mosteiro de Folques com alegações de que a Câmara não tinha capacidade financeira para sustentar esse património, e na verdade não tinha, resisti e consegui negociar com o Estado Central uma renda, que até ao momento não existia e manter o património na posse da Câmara. A Quinta do Mosteiro passou então a ser uma receita para o Município, mantendo-se o património na posse do Município, independentemente de todas as benfeitorias introduzidas ou as que venham a ser introduzidas..
- Fui vaiado publicamente e apontado como destruidor do património de Arganil, quando iniciei as obras de reconversão da Fonte de Amandos e a construção da rotunda. Parece-me não haver ninguém que hoje esteja contra o investimento realizado.
- Tanto fui massacrado, na Assembleia Municipal, nomeadamente, pelas mesmas pessoas que hoje fazem parte da Câmara e Assembleia Municipal, por estar a gastar muito dinheiro na construção do Sub-Paço, cujo projecto previa a construção de um parque de estacionamento que iria solucionar, em muito, o grande problema que era a falta de estacionamentos no centro de Arganil. Só pergunto, quanto se está a gastar hoje?
- Quando se avançou, na EN 342-4, com a construção das duas rotundas, Maia e S. Pedro e a instalação de semáforos com limitação de velocidade, ocorreu um explosão de revolta, porque essas rotundas obrigavam a circulação dos automóveis em velocidade reduzida. Hoje, são poucos os Munícipes que discordam.
- A aplicação das passadeiras elevadas, de que Arganil foi pioneira na Região e que muitos Municípios no Distrito, vieram mais tarde a copiar, levantaram muita controvérsia, que foi desvanecendo com o tempo. É lamentável que hoje as ditas passadeiras, na sua maioria estão soterradas, não cumprindo por isso, as funções para que foram criadas.
- Saber hoje que o Centro de Saúde de Arganil passa a ter dois blocos de urgência, RX, análises, pequena cirurgia, etc, 24 horas, abrangendo as áreas dos Municípios de Tábua, Oliveira do Hospital, Góis, Miranda do Corvo, Lousã e Vila Nova de Poiares, enche-me de satisfação e de contentamento, porque toda a labuta e discussão que se travou na altura, VALEU A PENA. Arganil, no contexto da região é o Concelho melhor apetrechado em termos da saúde
Foi a decisão mais difícil que eu tomei enquanto Presidente de Câmara.
Em 1998, a obra de construção do novo centro de saúde de Arganil, no Sobreiral, estava para ser entregue ao empreiteiro e eu, depois de me aconselhar com a ARS, o Director do Centro de Saúde, a Comissão Concelhia de Saúde e a Sra. Ministra da Saúde, ao tempo, Maria de Belém, analisados os prós e os contras, e os contras eram por demais evidentes, decidi pela ampliação, remodelação e reapetrechamento do actual Centro de Saúde.
Com desgosto meu, mormente explicando das razões da minha decisão, fui alvo de tamanhas críticas, algumas insidiosas e outras vexatórias que não é nada bom recordar.
È preciso que se diga que os Centros de Saúde, iguais ao que inicialmente estava previsto para Arganil e que foram construídos em Concelhos vizinhos, tais como, Tábua e Oliveira do Hospital, não foram, no actual contexto, escolhidos para acolher esta decisão do Ministério da Saúde porque Arganil reunia as melhores condições e esta é a grande verdade.
Mas nem tudo foram rosas e algumas obras importantes foram limitadas nos seus orçamentos e outras nem avançaram por corte de verbas, já depois das candidaturas aprovadas e os financiamentos terem sido cativados, quando da mudança do Governo (Guterres por Durão Barroso).
São exemplos desses:
- A obra do Sub-Paço, foi reduzida no valor do investimento inicialmente previsto, porque teve de ser suportada única e exclusivamente pelo orçamento do Município.
- O plano de ordenamento do Paço Grande, não avançou por corte posterior de verba.
- A Construção das piscinas Municipais, cujo projecto foi aprovado e lançado pelo Sr. Secretário de Estado do Desporto, ao tempo, José Lelo, em cerimónia decorrida no salão dos Paços do Município, não avançou por corte posterior de verba.
Decorridos quatro anos de mandato, do actual executivo, há razões que me preocupam e entristecem, para as quais a Câmara não acautelou convenientemente, como seria seu dever e sua obrigação, os reais interesses do Município.
- Neste contexto inscreve-se o facto real do investimento do parque eólico de Arganil ter sido transferido para o Concelho vizinho da Pampilhosa da Serra, depois do mesmo ter sido protocolado e contratado para o Concelho de Arganil. Cumpre-me referir que a instalação desse parque iria reproduzir receitas para o Município, na ordem dos 800.000€/ano.
A prova provada de que isto é verdade, é tão só porque, o parque em construção na Pampilhosa da Serra e já em fase bastante adiantada, possui a denominação de Parque Eólico de Arganil, mantendo assim a denominação que já me tinha sido transmitida pelos promotores, ainda quando eu era Presidente de Câmara.
- Outro exemplo refere-se á instalação de uma nova empresa, na Relvinha, a Pinewells, onde a Câmara não impôs a condição da sede social da empresa ser sedeada no Concelho de Arganil, para que os impostos correspondentes fiquem no Concelho de Arganil e não irem para Viseu.
Rui Silva